quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Olhar

Janela da alma, porta do desconhecido de nós. É pelo olhar que se faz o mundo, que o julga e escolhe. Às vezes não consigo olhar. Medo que enxerguem minhas fraquezas e o que me assusta. Às vezes não consigo ser olhada também. Incomoda, desconcerta, dói. O Olhar do Outro, de certa forma, nos devora. Consome algo de nós porque leva consigo a imagem que deteve. Olhar não é enxergar nem ver. É além, estranhamento de uma revolução interna que contorce os dogmas que absorvemos toda uma vida. Quando se dispõe a olhar, as coisas mudam, o foco retrai, distende, amplia e se fecha. E se abre também. E mortifica e faz reviver. Depende do que se quer ver.

3 comentários:

  1. É verdade essa questão. Muitas vezes o que vemos depende do que queremos ver. Devemos ter plena calma e clareza ao olhar.


    No meu blog você comentou sobre o mundo nos ensinar a odiar. O amor tudo suporta. Aprendi que amar ao próximo é o mais importante!


    Abraços,
    Fique na Graça!

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  2. Caramba! Três anos dessa postagem, mas o que você acha, continua atual? O medo é menor, aumentou? O canal que se forma em alguns olhares é algo que sempre me intrigou. Quando eu era criança olhava sempre profundamente, não sabia fazer de outro jeito. Um mundo de reações inesperadas acabaram por me ensinar que não podia olhar simplesmente, era bom ter cuidado. Já adulto, teve um tempo de muita fome de olhar, mas aprendida a disciplina, pude me acautelar contra alguns e encontrar outros repletos de alimentos. É magica potência da energia de lá e de cá, quando os olhos se cruzam. Na época, comi e bebi, mas esvaziava a pança com a mesma velocidade que enchia, mas acabei gastando esse apetite. Seu texto me desperta a curiosidade e eu me pergunto, nestes tempos, como é?

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  3. O medo é menor, mas ainda é medo... você sempre associa seus pensamentos à comidas. Curioso!

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