sábado, 21 de novembro de 2015


Hoje uma amiga comentou: "Estou adorando conversar com essas mulheres maduras que temos encontrado por aqui". 

Eu sempre rio quando ouço a palavra "amadurecer". Isso porque me lembro de uma conversa que eu tive com uma professora no meu curso de Psicologia. Estávamos falando sobre este termo e o quanto ele é pesado em nossas vidas. A partir dali eu sempre associo a palavra a algo que já está suficientemente pronto, acabado e quase perfeito. Isso pra mim acaba sendo uma podridão do corpo e da alma. Fruta madura cai do pé, está pronta para ser consumida. Pessoa madura está totalmente confiante de si, pronta, inacabada. É quase um sinal de já pode transmutar, já acabou o processo, não preciso de mais nada. 

Vai ver é por isso que nunca me vi madura e pensando em todas as pessoas que eu conheço na minha vida, não consigo encontrar nenhuma que seja. Somos todos inacabados, faltantes e com espaço de sobra pra absorver esse mundo todo de coisas que nos aparecem a cada instante. Entre a glória de ser uma pessoa referência no processo que nos faz evoluir pra uma consciência mais apurada do que somos na vida e a imaturidade leviana de ser alguém que ainda tem muito o que encarar, eu prefiro a parte número dois. Pessoas que se querem alcançar a maturidade são chatas, se perdem demais no processo tentando ser algo e acabam sendo deterministas de sei lá o quê e sei lá pra onde! O contrário também é chato, porque é quase que uma falta de noção do se portar diante das situações. Então correr pra onde? Pra lugar nenhum, porque não precisamos ser nomeados de nada, por favor! Não precisamos de tarjetas nos colocando no lugar de irresponsáveis, de corretos, de maduros, de sem noção. Precisamos só de viver e de alcançar nosso equilíbrio sagrado conforme nossa alma nos pede. 

Minha alma pede sempre pra eu não me encaixar nos padrões sobre o que é ser uma mulher ou sobre o que é alcançar a plenitude na vida. Minha alma pede pra não acumular mais do que experiências de trocas e rodas de conversa. Ela pede sossego e espaço para acontecer. Só acontecer e não cair do pé, jamais. Quando eu cair do pé, e quero virar energia. Energia imatura. Totalmente Eu. In natura.