Com trinta anos posso dizer que tenho muita história pra contar. Muita coisa saudosa, outras tristes, outras fantásticas! Dentre tantas, uma me tirou o sono esses dias. É que uma amiga me ligou dizendo que iria se casar e queria me fazer um convite. Imaginei que seria madrinha de casamento, uma vez que deu uma epidemia de casamentos e convites para ser testemunha e tal, mas não. Minha amiga Marina vai se casar e me pediu para CE-LE-BRAR o casamento. De supetão eu ri e aceitei, mas quando vi que não era brincadeira veio "um trem" inexplicável. Como assim celebrar um casamento? E eu fiquei com essa pergunta por dias. Aceitar seria algo demais pra mim. Não aceitar seria concordar com os que me fazem discordar. O que fazer?
O casamento da Marina vai ser uma celebração para poucos amigos e familiares. Será num sítio e ela ficará com os pés no chão, junto com seu noivo, o Pedro Ivo. Os dois acreditam que uma cerimônia pra ser especial tem que ser íntima, simples.
Foi pensando na simplicidade então, enquanto virtude mais difícil de ser alcançada, que resolvi aceitar o convite. Nunca fui padre na vida, nem monge. Mas acredito que não há outras mãos melhores para abençoar aos que amamos do que as nossas próprias mãos. É disso que vou falar e é na simplicidade que vou fazer. E a Marina ensinou isso, numa fração do amor que ela tem, inclusive por mim, quando me escolheu: gente humana, imperfeita, pequena; pra celebrar o seu dia de alegria.
Estudando a simplicidade vi que o seu contrário não é o complexo, mas sim o falso que nos distancia da nossa essência simples, do que precisamos pra sermos felizes realmente. Admiro a Marina por estar no caminho dessa virtude. Desprender-se das coisas, dos dogmas , das regras e apostar numa coisa só:
o amor... Sinto-me agradecida e espero saber encontrar as palavras merecidas para um momento único e especial.