domingo, 9 de janeiro de 2011

Lixo

Abro a porta e saio com o lixo. São dez da noite.
O sensor não acende a maldita luz.
O coração acelera, o peito fica ofegante, a garganta seca.
Tremem as pernas.
Parar, voltar ou seguir em frente?

Quase nunca tive dúvida, desta vez sim.

Mas segui. Em frente e com coragem. Sempre.
Assim aprendi.

A luz acendeu. Claro, não sou da escuridão.
Coração voltou ao normal e consegui executar a simples leva do lixo pra fora.

O que está havendo comigo?
Só eu sei.

2 comentários:

  1. "...em frente e com coragem" é, essa é você. Mas esse relato me lembrou de um outro ângulo dessa história de tirar o lixo. Lembrei-me da faxina interna que, às vezes, nos é tão custosa e mais difícil ainda levar o lixo prá fora. Muitas vezes ficamos ali olhando o entulho, acostumados com ele, com medo de mandá-lo pras cucuias. O espaço que sobra parece tão grande, o que fazer? Completamos a mobília? Deixamos assim, meio vazio, limpo, com espaço para correr livre? Ou sacrificamos os movimentos tão abertos para caber um coração companheiro?
    Ouvir o lixo simplesmente caindo no fundo do latão pode ser tão bom... Depois é se virar e enfrentar o novo. Hummm, mais excitante que tutu com bisteca.

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  2. Ouvir o lixo no fundo do latão é o maior prazer que tenho hoje. Quero um vazio bem grande quando o entulho sair. Assim reajanjo tudo pra melhor. Ajeito uma casa novinha, com sofá acolhedor e almofadas coloridas. Mais excitante que feijão tropeiro. Minha comida mineira preferida.

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